O crânio está formado por 28 ossos (incluindo os ossos do ouvido), e apresenta mais de 100 uniões entre eles. As suturas entre os ossos permite que exista uma pequena movimentação e é possível que haja bloqueio ou separação de uma sutura caso esta seja submetida a pressão ou tração (causando diversos sintomas). Além disso, cada um dos ossos do crânio, como uma estrutura viva e bem irrigada conta com certo grau de maleabilidade e flexibilidade.
Os ossos da cabeça estão ligados entre si por membranas intracranianas. Estas não devem apresentar aderências para que seja possível a mobilidade entre eles. Uma aderência membranosa pode produzir restrições de movimento no forame magno, nas três primeiras vértebras cervicais, no sacro, no cóccix, em orifícios intervertebrais e etc...
As fáscias viscerais se aderem principalmente sobre o osso occipital e esfenoide, desta forma um transtorno orgânico (visceral) pode repercutir sobre a mobilidade dos ossos cranianos.
Encurtamentos e contraturas do sistema muscular também podem influenciar a mobilidade craniana. Principalmente quando ocorrem em músculos que se inserem em ossos que compões o sistema crânio-sacral. Como por exemplo: trapézio, esternocleidomastóideo, piramidais e etc...
O método de tratamento craniano foi desenvolvido nos anos 30 por Willian Garner Sutherland (1873-1954), que abandonou sua profissão de jornalista para estudar com o Dr Still (criador da Osteopatia) em Kirskville.
Sutherland foi o primeiro a afirmar que as uniões dos ossos cranianos estavam ligadas entre si pelas membranas do crânio e que seu movimento estava coordenado através delas. Ele percebeu que o crânio tem um movimento próprio independente do ritmo cardíaco e respiratório. Este movimento foi chamado mais tarde de MRP (mecanismo respiratório primário) e é composto pelo movimento do próprio cérebro, pelas flutuações regulares e rítmicas do líquido céfalo-raquidiano, pela mobilidade das membranas de tensão recíprocas e pela mobilidade dos ossos do crânio e também do sacro.
Para entender melhor porque uma pessoa tinha dores de cabeça, problemas de mastigação e outros sintomas, Sutherland criou uma espécie de capacete capaz de exercer pressão em determinados pontos de sua própria cabeça. A partir disso pode relacionar alucinações, cefaléias, vertigens, zumbidos no ouvido e até mudanças de personalidade de acordo com cada região craniana pressionada.
Sutherland também trabalhou com crianças portadoras de paralisia cerebral, hidrocefalia, transtornos de coordenação e hiperatividade e obteve grande êxito, permitindo que muitas dessas crianças tivessem um desenvolvimento mais próximo do normal.
O MRP (mecanismo respiratório primário) é um movimento propagado para todo o corpo e gerado a partir do movimento do próprio cérebro, das flutuações regulares e rítmicas do líquido céfalo-raquidiano, da mobilidade das membranas de tensão recíprocas e da mobilidade dos ossos do crânio e também do sacro. Por se propagar por todo o corpo, uma alteração no MRP pode influenciar muitas funções corporais, como por exemplo:
Metabolismo do Sistema Nervoso Central;
Função dos nervos cranianos;
Transporte de substâncias neurohipofisárias;
Drenagem venosa do cérebro;
Equilíbrio bioquímico e bioelétrico do corpo;
Sistema músculo-fáscia-esquelético;
Sistema artério venoso;
Sistema respiratório;
Sistema endócrino;
Sistema visceral.
* obs: O MRP também pode ser usado pelos osteopatas para diagnóstico e tratamento das estruturas do corpo.
Dores de cabeça;
Enxaqueca;
Problemas de mastigação (ATM);
Vertigem e labirintite;
Zumbido no ouvido;
Problemas na glândula lacrimal;
Alterações do nervo trigêmeo;
Síndrome vagal;
Rinite;
Sinusite;
Regulação do SNA (sistema nervoso autônomo);
Alterações emocionais em crianças;
Autismo;
Hidrocefalia;
Hiperatividade;
Além de auxiliar em tratamentos osteopáticos estrutural e visceral.